Possuir substrato dental escurecido é um dos problemas que privam milhares de pessoas a sorrir naturalmente.
Porém, com o avanço tecnológico da odontologia estética, desenvolveram-se métodos e materiais capazes de mascarar o substrato, devolvendo a estética ao sorriso.
A grande demanda da odontologia estética é devolver autoestima e qualidade de vida ao paciente por meio de um sorriso harmônico e satisfatório.
Entretanto, um grande desafio dessa tarefa é em situações de dentes escurecidos, principalmente os anteriores, por apresentarem maior visibilidade e, consequentemente, maior impacto estético.
Isso acontece com pacientes que adquiriram manchas em seus dentes durante a formação dentária, por causa de traumas, cáries ou até tratamentos odontológicos, como quando se usavam cimentos endodônticos com prata.
Assim, é importante que o cirurgião dentista conheça a etiologia do escurecimento dental para recorrer a melhor técnica a fim de obter um melhor resultado. Por isso, preparamos esse artigo para te auxiliar nesses casos e obter um resultado satisfatório.
Facetas Indiretas
Em casos de substratos muito escurecidos, muitas vezes as restaurações diretas não são suficientes. Assim, as restaurações indiretas podem ser uma boa alternativa.
Isso porque, apresentam uma qualidade estética superior as feitas em resina composta convencional, devido às propriedades inerentes das porcelanas, como maior estabilidade de cor, menor sorção de água e a resistência ao desgaste superior.
Para esses caso é importante que o laboratório, ao receber o pedido, possa verificar a situação real do substrato. Assim, pode-se utilizar escalas padronizadas que reproduzem a matiz exata do caso, assim como fotos, para melhor comunicação entre dentista e laboratório.
Além disso, para conseguir o resultado desejado, são necessários alguns cuidados:
Preparos para restaurações indiretas
Os manchamentos suaves (marrom ou amarelo escuros) respondem melhor ao clareamento, exigindo um preparo mais suave também. Os manchamentos mais severos (acinzentados ou azulados) necessitam de um preparo mais agressivo, para que se bloqueie o escurecimento com uma camada mais espessa de porcelana.
Em facetas indiretas, os desgastes para o preparo dentário são menores quando comparados com os das coroas totais, de acordo com o grau de escurecimento do dente.
Seleção da cor para evitar o substrato dental escurecido
As cores a serem utilizadas devem ser escolhidas observando-se fatores sistêmicos da arcada dental. É importante que seja enviada ao laboratório a caracterização individual de anatomia e coloração dos dentes, podendo ser utilizado um dente da escala de cores detalhado, com pigmentos para porcelana misturados com adesivo e fotopolimerizados.
Pode-se fazer também o mapeamento detalhado dos dentes a serem restaurados, dividindo-os em terços. Por isso, é de extrema importância a utilização de escalas padronizadas.
Escolha do cimento resinoso
Em casos de escurecimento do substrato, a escolha do cimento resinoso é muito importante, uma vez que impacta a cor final da cimentação.
A estabilidade de cor dos cimentos resinosos varia de acordo com o sistema de ativação. Os cimentos resinosos fotoativados apresentam melhor estabilidade que os do tipo dual, que incluem um sistema ativado quimicamente.
As cores mais claras mancham mais rapidamente que as mais escuras, havendo também diferenças entre as marcas comerciais. Geralmente, existe a tendência de um escurecimento do cimento resinoso e todos alteram sua cor original.
Após a cimentação com cimento resinoso, deve-se fazer recomendações ao paciente para evitar o manchamento precoce do agente cimentante. Isso porque, nas primeiras 24 horas, ocorre a maior parte de absorção de água das resinas compostas.
Por isso, todos os agentes pigmentantes (alimentos corados, fumo, chá, café, refrigerantes do tipo cola e bebidas de álcool) devem ser evitados nesse período, prevenindo assim o comprometimento precoce da estética da restauração através do manchamento do cimento resinoso.
Escolha do material
Para dentes que possuem substrato metálico, é recomendado usar infraestrutura em zircônia pela sua opacidade e capacidade de mascaramento, seguido da aplicação de uma cerâmica de cobertura.
Quanto maior a espessura da zircônia, maior sua capacidade de mascaramento, porém maior sua opacidade. A espessura do coping em zircônia para mascarar substratos de liga Níquel-Cromo é 0,8 mm, para amálgama 0,6 mm e para ligas de ouro 0,4 mm.
Em elementos com substratos naturais escurecidos (cor C4) pode ser indicado o uso de cerâmicas monolíticas de dissilicato de lítio de 2 mm ou coroa estratificada com infraestrutura em zircônia (0,5 mm) e cerâmica de cobertura (0,7 mm).
Como mencionado, o substrato dental escurecido é um dos grandes desafios da odontologia estética. Para solucionar isso, temos algumas técnicas que necessitam da análise e estudo de cada caso para serem executadas, a fim de obter a satisfação dos pacientes e a excelência dos resultados.