A reabilitação de pacientes edêntulos é cada vez mais possível devido a realização de diversos procedimentos que usam o fluxo digital.
Com ele, é possível otimizar o fluxo de trabalho do cirurgião-dentista, sendo possível alcançar resultados de excelência e, consequentemente, máxima satisfação do paciente.
Mas afinal, é possível realizar reabilitação de pacientes edêntulos totais com implantes no fluxo digital?
A resposta é: SIM!
Para você aprimorar seus conhecimentos e estar por dentro de informações valiosas sobre esse assunto, preparamos esse blog!
Edentulismo: uma condição preocupante
O edentulismo tem sido considerado uma condição preocupante bastante significativa em saúde pública devido a sua elevada ocorrência na população mundial, acarretando efeitos estéticos, funcionais, psicológicos e sociais.
Mesmo com os inúmeros avanços na área da prevenção oral, o número de pacientes edêntulos necessitando de tratamento protético reabilitador irá aumentar nos próximos anos.
Isso ocorre devido ao crescente aumento na expectativa de vida das pessoas.
Em países em desenvolvimento como o Brasil, a prevalência do edentulismo entre os idosos com mais de 65 anos é de 54%, uma das maiores no mundo.
Tecnologia e pacientes edêntulos
Em pacientes edêntulos totais, algumas técnicas e recursos mais recentes podem ser utilizados para produzir um modelo digital.
Por isso, é viável a utilização da tecnologia na clínica, principalmente quando se trata de próteses fixas sobre implante.
Neste caso, uma tomografia deve ser feita para aquisição das imagens referentes à parte óssea, juntamente com a tomografia de uma prótese total com marcadores radiopacos, ou a utilização de um scanner intraoral.
O planejamento digital confere maior previsibilidade, proporcionando resultado protético favorável, boa distribuição das cargas mastigatórias através dos implantes e saúde peri-implantar.
Porém, a captura de imagens intraorais com scanner digital ainda é um desafio em locais com ausência de dentes.
Pois estes são desprovidos de achados anatômicos, compostos apenas pelo rebordo, superfícies lisas e saliva, além de apresentar baixa precisão nas regiões periféricas.
Assim, ainda há limitações para reabilitações orais de pacientes edêntulos totais no fluxo digital.
Portanto, algumas técnicas para a realização de cirurgia guiada podem ser empregadas para auxiliar a resolução com eficiência desse quadro, confira:
1 – Técnica da dupla varredura em pacientes edêntulos
A técnica da dupla varredura é a mais comum para aquisição de dados dos pacientes edêntulos, visando o planejamento digital.
Nessa técnica, o paciente deve possuir uma prótese total em condições e parâmetros clínicos adequados, levando em conta aspectos como o posicionamento dos dentes e dimensão vertical de oclusão.
São feitos de 6 a 8 orifícios na falange da prótese que são preenchidos com material radiopaco, como guta-percha.
Então, o paciente realiza a primeira tomada radiográfica utilizando a prótese em oclusão e um guia de silicone pode ser confeccionado para garantir a oclusão correta.
Em seguida, a segunda tomada é feita apenas da prótese, gerando assim dois arquivos DICOM que serão sobrepostos no software apropriado, fornecendo os dados anatômicos e protéticos.
2 – Técnica de dupla varredura modificada
Nesse caso, pode se realizar uma prótese do tipo overdenture sustentada em implantes devido à grande necessidade de suporte facial.
O fluxo de trabalho se inicia com o protocolo de dupla varredura modificada, adicionando de 4 a 6 pontos de resina composta fluida na falange da prótese total já existente.
Nesse contexto, o primeiro escaneamento é uma TCCB do paciente utilizando a prótese com os marcadores de resina.
Além de um registro oclusal de cera para posicionar a mandíbula corretamente durante a tomada radiográfica.
A próxima etapa se dá pelo escaneamento da prótese total utilizando um scanner intraoral, diferente da técnica convencional, onde é feita uma segunda tomada radiográfica apenas da prótese.
Assim, os arquivos DICOM e STL gerados, são importados para um programa de planejamento 3D, sobrepostos e alinhados com base nos marcadores de resina.
Com o planejamento de quatro implantes, o guia cirúrgico estereolitográfico é confeccionado e estabilizado na boca.
Porém, isso só acontece com o auxílio de um guia de oclusão de silicone derivado do planejamento virtual e fixado com cinco pinos.
A técnica modificada traz maior facilidade de execução, visto que não há a necessidade de confeccionar um guia radiográfico, pois a própria prótese total é utilizada e escaneada.
Isso reduz passos e simplifica a aquisição de imagens, além de não ficar sujeito às distorções de imagens que a TCCB pode gerar.
Referências:
https://periodicos.ufba.br/index.php/revfo/article/view/48831/26508